No contexto da Prova Campinas 2010, falamos em jogos cênicos de linguagem como sinônimo de jogos de linguagem. Essa identificação se baseia no modo cênico-dinâmico não exclusivamente linguístico, como o próprio Wittgenstein fala de seus JOGOS DE LINGUAGEM nas Investigações Filosóficas (WITTGENSTEIN, 1979). No §7 das Investigações, Wittgenstein diz: “Na práxis do uso da linguagem, um parceiro enuncia as palavras, o outro age de acordo com elas. […] chamarei de jogos de linguagem o conjunto da linguagem e das ações com as quais está interligada”. Este modo de Wittgenstein falar da linguagem vem logo após um exemplo de jogo de linguagem, no qual cada palavra enunciada por um pedreiro é seguida de uma ação do seu ajudante, que lhe passa o material de construção solicitado. Assim, a linguagem vista como práxis sugere que praticar um jogo de linguagem se assemelha a participar de uma encenação, de uma performance corporal efetiva. O que Wittgenstein está querendo dizer com isso é que sempre praticamos a linguagem com o corpo todo, e não apenas com a vibração culturalmente regrada de sons emitidos por nossas cordas vocais. Para um melhor entendimento dos usos que fizemos da expressão jogos cênicos de linguagem ou, simplesmente, jogos de cena, na elaboração da Prova Campinas 2010, bem como no texto deste relatório, remetemos o leitor para o TEXTO DIALOGADO intitulado “Algumas ideias que orientaram a elaboração da Prova Campinas 2010”. Outro texto para o qual remetemos o leitor, pelo fato de narrar o processo de elaboração da Prova Campinas 2010, comparativamente à Prova Campinas 2008, pondo em evidência o modo como, nesse processo, usamos as noções jogos cênicos de linguagem, jogos de cena, ou ainda, encenações da linguagem em conexão com a noção wittgensteiniana de jogos de linguagem, é (MIGUEL, 2015).

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