USOS NORMATIVOS DA LINGUAGEM

No contexto da Prova Campinas 2010, dizemos que um uso da linguagem é orientado por um propósito normativo sempre que tal propósito orienta e/ou define inequivocamente, isto é, sem ambiguidade, o modo considerado correto ou adequado de se proceder, agir e/ou de significar palavras, imagens, ações etc. numa situação especificada. Assim, por exemplo, no Texto 3 do Caderno 1 (C1T3) da Prova Campinas 2010,  se faz um uso normativo da linguagem, uma vez que ele é um mapa representativo das ruas e avenidas do centro da cidade de Campinas, que indica inequivocamente não só as posições relativas dessas ruas e avenidas, bem como o sentido obrigatório de percurso dos veículos automotores nessas ruas. Nesse sentido, esse texto imagético possibilita,  tanto a um pedestre quanto a um motorista,  orientar-se espacialmente de um modo inequívoco por essas ruas,  a fim de localizarem e atingirem o local desejado de destino. Do mesmo modo, o Texto 5 do Caderno 2 (C2T5) da Prova Campinas 2010 faz um uso normativo da linguagem para explicar à criança o significado que deve ser feito da palavra bulliyng, no contexto da prova, para que ela possa responder adequadamente os comandos verbais que lhe são dirigidos em seguida. Assim, torna-se compreensível que os textos matemáticos (mas não só eles) façam sempre usos normativos da linguagem. De fato, para realizar um cálculo com correção, por exemplo, a criança precisa seguir as regras do sistema de numeração decimal, bem como outras que orientam o procedimento algorítmico, ainda que tais regras nem sempre estejam explicitamente enunciadas no texto que lhe solicita a realização do cálculo. Para um melhor entendimento dos usos que fizemos da expressão usos normativos da linguagem na elaboração e correção da PROVA CAMPINAS 2010, bem como no texto deste relatório, remetemos o leitor ao TEXTO DIALOGADO, intitulado “Algumas ideias que orientaram a elaboração da Prova Campinas 2010”. Outro texto para o qual remetemos o leitor, pelo fato de narrar o processo de elaboração da Prova Campinas 2010, comparativamente à Prova Campinas 2008, pondo em evidência o modo como, nesse processo, nos apropriamos do pensamento de Wittgenstein e de outros autores, é  (MIGUEL, 2015).